A senhora sentada na cadeira alta, na frente do espelho, carregava nas mãos um xerox de documento com uma foto sua. Ao seu lado, descansava sua bengala. Seus cabelos completamente brancos destoavam da voz firme com que falava com a Taiwanesa:
- Não era assim que eu pedi para você cortar meu cabelo...
- Mas fiz assim da última vez...- respondeu a moça miúda, dona do salão, num inglês difícil de entender.
- Mas eu não queria igual da última vez. Tanto que trouxe esta foto para voce olhar. Se eu quisesse igual ao modo que você costuma cortar , para que traria a foto? Olha aqui menina, você deixou muito, muito curto.
- A senhora sempre gostou...
O menino careca, sobrinho da cabeleireira, parou de lamber seu sorvete para acompanhar a discussão. Encarava a tia, depois passava a olhar a senhora e a foto que ela trazia na mão.
- Eu queria mudar, entende?- a mulher balançou o papel em sua mão e continuou- olhe aqui...
- Sempre fiz assim...
- Santo Deus, eu queria mudar...será que você não entende?
A irmã da dona do cabeleireiro parou de pintar a unha da freguesa para fixar os olhinhos na cena.
- Não era assim que eu pedi para você cortar meu cabelo...
- Mas fiz assim da última vez...- respondeu a moça miúda, dona do salão, num inglês difícil de entender.
- Mas eu não queria igual da última vez. Tanto que trouxe esta foto para voce olhar. Se eu quisesse igual ao modo que você costuma cortar , para que traria a foto? Olha aqui menina, você deixou muito, muito curto.
- A senhora sempre gostou...
O menino careca, sobrinho da cabeleireira, parou de lamber seu sorvete para acompanhar a discussão. Encarava a tia, depois passava a olhar a senhora e a foto que ela trazia na mão.
- Eu queria mudar, entende?- a mulher balançou o papel em sua mão e continuou- olhe aqui...
- Sempre fiz assim...
- Santo Deus, eu queria mudar...será que você não entende?
A irmã da dona do cabeleireiro parou de pintar a unha da freguesa para fixar os olhinhos na cena.
- Veja, a senhora passa um produto no cabelo...
- Me dê um espelho para que eu veja atrás...
Uma das freguesas abaixou de soslaio a revista que tinha na mão e espiou o cabelo da senhora.
- Aqui está...- voltou a dona do salão com um espelho na mão, rodou a cadeira da mulher para que ela tivesse uma visão do corte atrás.
- Ohhhhhh....muito curto...muito.... olhe a foto, a foto...OK. Tá bem. Fazer o quê, né? Cabelo cresce, não é mesmo?
- É só passar um produto. Igual da última vez.
- Não está de todo mal... - disse por fim a senhora.
- Me dê um espelho para que eu veja atrás...
Uma das freguesas abaixou de soslaio a revista que tinha na mão e espiou o cabelo da senhora.
- Aqui está...- voltou a dona do salão com um espelho na mão, rodou a cadeira da mulher para que ela tivesse uma visão do corte atrás.
- Ohhhhhh....muito curto...muito.... olhe a foto, a foto...OK. Tá bem. Fazer o quê, né? Cabelo cresce, não é mesmo?
- É só passar um produto. Igual da última vez.
- Não está de todo mal... - disse por fim a senhora.
- Igual da última vez.- sorriu a cabeleireira.
6 comentários:
Adriana,
A cena é muito boa, perfeita analogia a tendência avassaladora das coisas continuarem como sempre foram. Parabéns.
Janaína
beleza LAURA,FAÇA SUA MAE ACORDAR
BEM CEDO.
BJS
WX
as cenas do cotidiano são tão coloridas nos seus relatos. adorei.
Fê
WX, é muito fácil me tirar da cama bem cedo. Basta vcs dizerem que estão vindo nos ver no vôo das
6:00 am que estarei no aeroporto para buscá-los...
É isso aí Janaína, a tendência à inércia parece sempre grande....
Fê, obrigada...
bj
dri
típica cena universal muito bem narrada
hehe, o cabelo do guri careca, foi tmb a mesma cabeleireira que fez o estrago?
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