sexta-feira, 26 de junho de 2009

Safado!

- Meu pai era um safado. Cada amante que minha mãe descobria, ela jogava toda a roupa dele pela janela.
- Pior que meu pai não devia ser. Eu era pequena e voltei de viagem com minha mãe...
- Are you ready to order?- interrompeu o garçom.
- Não. E aí, conta.
- Então, onde eu tava...ah, entramos em casa e meu pai tava lá com uma mulher...
- E você pequeninha, que dó. Sua história é pior que a minha.
- Pior que a minha duvido!
- Uau, manda.
- Can I bring something to drink?
- Sure. Manda.
- A gente estava em casa. Meu irmão entrou na sala e disse 'Mãe, o pai tá na máquina.'
- Como assim, na máquina?
- Pois é, fomos checar.
- E...
- E aí ele, meu pai, tava lá na safadeza com a amiga da minha mãe. E a máquina lá, trabalhando...

O garçom apareceu de novo. pela terceira vez fez a mesma pergunta, só que em português:

- Vocês já escolheram?
- Quer dizer que você é brasileiro! Safado!

E por falar em safadeza, o governador da Carolina do Sul, o republicano Mark Sanford, deve estar acendendo velas para o Michael Jackson. Pois com a morte do cantor, os noticiários deram uma trégua pro sujeito e sua recém revelada amante argentina. Até fundo musical um noticiário colocou pra falar sobre o romance do cara: " não chore por mim Argentina, eu tenho te amado tanto".
Que coisa. Parece piada!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Tchuchuco via México


"- Menina, uma loucuuura." - disse Valdirene enquanto aspirava nossa casa- "Eu tava aqui já há 2 anos. E meu Thuchuco lá na lonjura do Brasil. Faz só idéia da saudade. "

Desligou a máquina, e ali de pé, continuou a me contar sua história na América. Valdirene não queria ficar nesta terra pra sempre. "-Deus é grande."
Juntou dinheiro, mandou pra ele comprar uma vã e trabalhar com turistas na Bahia que logo ela iria ao seu econtro na terrinha. Mas o négócio com a vã não era lá lucrativo, a saudade era forte.
Decidiram então que o Tchuchuco viria encontrá-la. Negaram 3 vezes o visto para o Tchuchuco, ô Deus! Foi aí que descobriram um povo na Bahia habituado a trazer a turma via México.

"- Juntei 50.000,00 mil e mandei pra ele vir com meu irmão.- Valdirene se apoiou no aspirador e continuou- "Virgem, diz que o avião entrou bem no meio de uma nuvem que o Tchuchuco se agarrou na poltrona, e até rasgou, tanto medo do avião. "

No México levaram a turma da Bahia pra um baita hotel, piscina e tudo, vida de turista rico. Pensaram que a vida boa era pra sempre. Mas logo a mordomia sumiu. De lá viajaram horas num ônibus e foram largados à noite, perto de um rio.

"- O homem disse pra eles, agora vocês vão nadando. E meu Tcuchuco lá sabe nadar menina? "

O fato é que o Tchuchuco pode até ter medo, mas é macho apaixonado. Atravessou o rio, engoliu um bocado de água, e com ajuda dos amigos e bóia, atingiu o outro lado. Assim que colocaram os pés na América foram pêgos e presos.

"- Mas naquela época- explicou Valdirene- tinha uma lei que se você se entregasse ganhava uma carta com permissão pra ficar de 1 até 3 meses sem problema. "

Nesta época Valdirene começava o batente às 4 da matina e só parava tarde da noite, fazendo até 5 casas num dia. Naquela manhã levou uma amiga, Maria, recém chegada pra dar uma mão. Foi aí que recebeu um telefonema avisando que o Tchuthuco tinha chegado. Gente, a moça largou a tal amiga limpando a casa sózinha, sem saber falar uma palavra em inglês. A tal Maria teve que esperar pra ser resgatada. Mas o motivo era nobre. Valdirene dirigiu com o pensamento fixo até encontrar o homem que ela não via há tanto tempo. Como eles mataram a saudade, Valdirene não dividiu detalhes, mas é safadeza que a gente imagina das boas.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Dor Azul




Assim que acabou o parabéns, sem palmas, como é praxe por aqui, o bolo azulão foi distribuído. A boca e a língua de uma menina sentada longe da aniversariante ficaram celeste na primeira mordida. As lágrimas, ao invés de ajudarem a limpar seu rosto, espalhavam ainda mais o azul do bolo sobre a pele negra da criança. As trancinhas no seu cabelo tentavam servir de cortina para esconder o choro. A professora, ocupada em distribuír mais bolinhos , não notou a dor tingida de azul vinda dali. O lugar ao lado da menina estava vago. Sentei.
- Você quer um pedaço?- ofereci meu sanduiche.
- Não.
- Você tá triste...
A menina soluçou mais.
- Posso te ajudar?
- Ela- disse apontando para outra garota sentada um pouco longe dali- ficou caçoando porque eu não tive bolo no meu aniversário.
- É.- concordou uma de suas amigas, enquanto mastigava um bolo rosa- só porque a mãe dela não tem dinheiro.
- Tem sim! Vou ter uma festa. E vai ser na piscina.- rebateu.
- Foi seu aniversário? -perguntei.
- Hum-hum.
- Parabéns!
- Sete anos.
- Nossa. Bastante, não.
- É- disse limpando o rosto.
- Vocês repararam que estão com a língua azul?- perguntei.
- Os pequenos colocaram a língua pra fora pra conferir. Caíram na risada.
- Este bolo azul é muito melequento! -bravejou uma das crianças.
- Olha- a menina agora brincava de pintar sua mão de azul com o corante do bolo.- tira uma foto de mim?