terça-feira, 28 de abril de 2009

Você é o quê?

A mulher se despede da filha que veio para dormir aqui em casa.
- Amanhã venho às 8 hs.
- Imagine. - disse eu- Pra que tão cedo?
- Domingo, dia de missa.
- Haaa. Então tá.
- Tchau.
- Tchau.

- Laura- perguntou a menina carregando seu travesseiro e mochila para o quarto- você não vai na missa?
- Não.
- Não sabia que você era judia.
- Não sou.
- Você é o que então?
- Eu sou eu.
- De religião tô falando.
- Acho que nada.
- Haaa. Nada?
- Mas se eu fosse seria católica.
- Por que?
- Porque você, a Natalie, a Caroline, todo mundo vai na mesma igreja, deve ser legal.
- É.
- E minha avó às vezes vai na igreja.
- Às vezes?
- É, acender umas velas. Vamos brincar...
- Bora.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Tempo de Vacas Magras...



No Brasil também tem gente gorda, mas acreditem, nunca vi nada comparado aos obesos daqui. Pois bem, Peter, nosso vizinho russo que chegou na América há 7 meses, e ainda está impressionado com o sobre-peso dos americanos, descobriu uma matéria contando o seguinte:

Pessoas obesas gastam aproximadamente $485 mais em roupas, $828 em poltronas extras no avião, e $36 mais gasolina cada ano que as pessoas magras. Pesquisas mostram que um motorista com excesso de peso queima por volta de 18 galões adicionais de gasolina por ano. Quando analisado o gasto de combustível em avião a jato, o Jornal Americano de medicina preventiva estimou que peso extra dos amiricanos custam à airlines $275 milhões para queimar 350 milhões a mais de galões de gasolina.

Minha dica: Em tempos de vacas magras e pessoas tão gordas, talvez um regime nacional fosse a solução para a crise econômica.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Pior Que Telefone Sem Fio


Hoje tem uma matéria no Washington Post, contando como as barreiras de linguagem criam ainda mais complicações para os problemas médicos de imigrantes. Segundo o artigo, mesmo imigrantes que falam inglês suficiente pra trabalhar, sofrem um bocado na hora de entender os jargões médicos. E os diagnósticos complicados criam ansiedade que só agravam os mal-entendidos na comunicação. Na falta de intérpretes, os médicos também entendem tudo errado. O négocio é pior que telefone sem fio.
Um médico conta, por exemplo, o caso de uma mãe que colocou antibiótico no ouvido do filho. Em outro caso, uma mulher chegou com a filha dizendo que a menina se debatia. O médico entendeu que a mãe batia na criança. Resultado: a mãe perdeu a custódia da filha.
Outro paciente chegou gritando, e o médico só entendia:
-Devil, devil- (diabo, diabo)
Antes que encaminhassem o sujeito para um hospício, um enfermeiro bilingue ajudou a clarear a confusão. O homem gritava em espanhol”Debil, debil”, querendo explicar que se sentia fraco.
Se for ao médico na América, preparee-se antes da consulta, caso contrário, sabe-se lá o que te espera.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Alguém se Habilita?





Escritor tem suas esquisitices, mas há um tipo de maluquice que só poderia existir em escritores daqui.
Sabe o que Joyce Carol Oates- novelista e poeta americana- faz quando termina de escrever um livro? Ela liga o aspirador para celebrar! Sim, ela disse ontem numa entrevista para a New York Times Magazine que aspirar a casa lhe dá tamanho prazer que ela alcança a felicidade plena. Joyce nunca teve empregada. Contratar alguém para ser sua faxineira é algo que ela não consegue nem imaginar. Seria o mesmo que contratar a própria mãe.
Alguém se habilita a aspirar minha casa para alcançar a felicidade plena enquanto tento aspirar outras coisas pra minha vidinha?


terça-feira, 7 de abril de 2009

Tarde Demais....

- Mãe, conta uma história de quando eu era pequena?
- Por quê, você não é mais pequena?
- Sou?
- Ok, lembrei uma. Quando você tinha uns dois anos, acordava no meio da noite e ia até nosso quarto. Aquele ser minúsculo, segurando um paninho, sentava no meio da gente, fazia cafuné na nossa cabeça, e dizia: 'Pai, mãe, não pecisa medo. to aqui'.
Entre cafunés , as crias crescem e mudam o rumo da história:
- Não vou pra museu nem morta! Aquela velharia, tô ligada no futuro!!!
Pois é, na última visita ao Brasil, a mocinha só queria voltar pra América. Logo volta da escola com um colar de coração no pescoço:
- Quem te deu filha?
- O quê?
- O colar ué.
- Ah, não lembro.
- Não...você tá apaixonada?
- Humhum, mas agora muda de assunto mãe.
Nossas filhas insistem que nunca mais voltarão para o Brasil. Já imagino o dramalhão no aeroporto em dezembro, quando iremos definitivamente. Bem fez Catherine, minha amiga inglesa, que voltou assim que a filha completou 12 anos. Ela me avisou do perigo de prolongar o tempo por aqui: 'Volte antes que entrem na adolescência'.
Tarde demais....

sexta-feira, 3 de abril de 2009

A Que Horas?


Oferecer festa na terra do Tio Sam tem seus complicadores. O mais difícil é definir um horário.
Os americanos costumam estar esfomeados às 6:00 da tarde, enquanto estômago de brasileiro reclama, geralmente, só depois das 8hs.
Definido o horário, esbarra-se em outra diferença cultural, a pontualidade. Quando der uma festa, uma opção é oferecer horários diferentes, dependendo da nacionalidade do convidado. Para os brasileiros, às 8:00 hs, e para os americanos, a partir das 8:30hs. Mesmo assim, os americanos ainda serão os primeiros a tocar a campainha. Já o pessoal do lado de baixo do Equador...

Falando nisso, com sua licença, querido leitor, preciso atender a porta .