sexta-feira, 29 de maio de 2009

Deu nos Nervos!

Gente, deu um treco no meu ciático, travou meu lado esquerdo, tô pagando há dias os pecados que nem cometi. Entre ir ao hospital ou ao pastor da igreja (tem uma moça que quer me converter) fui no primeiro.
A médica apareceu com uma injeção tamanho extra-large da américa. Na minha situação, nem pude fugir. A mulher aplicou a injeção na minha perna boa. Acho que era tática pra eu distrair a dor de uma lado pra outro. E agora estou de molho.
Segundo as normas do convênio, para ir a um escpecialista, é necessário ter um clínico geral. Foi assim que cheguei a uma senhora da Filipina.
- Sinto muito, mas não posso ser sua médica. Vai que você tenha que operar...
Disse num inglês que conseguia ser pior que o meu.
- A senhora só precisa assinar para que eu possa ir ao especialista, entendeu?
-Veja minha menina, vou me aposentar.
- Mas a senhora está aqui, trabalhando. Aceitou marcar minha consulta e me atender. Não está aposentada ainda.
- Sei, mas e se for alguma coisa grave..
- Não é grave, relaxe, vai dar tudo certo- acalmei a médica.
- Vou te confessar. O que eu faço é ver se a pressão tá boa, pesar, medir. Coisinha a toa.
- Ótimo. Só preciso disto. Tão importante estas informações. O especialista é que cuidará do resto, entende?
- Tá certo, faço isso por você.
- Como começou a dor?- a filipina perguntou enquanto media minha pressão pela segunda vez.
- Eu estava caminhando.
- Ah, trabalhando. Hi, vai dar rolo pra mim, se foi no seu trabalho...
- CAMINHANDO, não trabalhando. Compreende?
- Ah, caminhando?- ela disse fazendo a mímica de andar com os dedos das mãos.- continuou.-Nossa, sua pressão está ótima.

Quase beijei a médica por me atender, pode?
O lado bom da desgraça são os mimos da família e dos amigos. Ganhei até uma caixa de chocolate suiço de três andares! Melhor aproveitar e deixar o traseiro descansar.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Levar o Traseiro pra Passear

- Olha- disse a mulher caminhando em minha direção- Achei que fosse só eu! Você também está sem cachorro. Todo mundo tem cão aqui, já reparou?
- Pois é, eu não tenho. Mas costumo me trazer pra passear.- respondi, disse tchau e continuei. Logo a mulher apareceu novamente no meu caminho:
- Moro em apartamento, cachorro precisa de espaço, você não acha?
- Sim, você tem toda a razão.
A mulher parou de andar e continuou a falar:
- Sou de Israel.
- Tel- Aviv?
- Nossa, não acredito, como você adivinhou?
- Só um palpite.
- E você, é francesa?
- Não, brasileira.
- BRAZIL. Outro dia mesmo conheci um brasileiro no supermercado. Ele sabia falar duas frases em hebraico. É tão bom ouvir nossa língua novamente. Tem muito brasileiro aqui?
- Tem gente de todo canto neste país.
Com cuidado para não magoar a mulher, disse tchau e continuei minha caminhada. Afinal, depois do longo inverno a gente tem que levar nosso traseiro pra passear.

sábado, 16 de maio de 2009

Grazia na América



Grazia tinha 20 e poucos anos e caiu de amores por um americano mais velho. A moça disse “ciau” pra Itália, atravessou o oceano até a América. ”Eu estava determinada a fazer isso, e tinha tanto pra aprender. Passei de filha pra mulher, de estudante pra trabalhadora, aprendi a língua, lidei com a falta de grana e com incompatibilidades no casamento, que anos depois acabou em divórcio. ”
Um marido depois, outra separação, uma filha nascida aqui e enfim um namorado italiano, Roberto , Grazia diz que ainda se sente completamente distante dos americanos. Por que?

“ Ah menina, tanta coisa! “

Grazia listou uma série de peculiaridades do povo daqui. Quer ver?

“ O típico americano fala sem parar, parece que tem paúra do silêncio. Eles começam uma conversa nos lugares mais absurdos, tipo banheiro público. O assunto predileto? Dinheiro. Como ganhar e como gastar.

Vivem com pressa. Parece que adoram se sentir estressados. Se você perguntar pra alguém “how are you”? A maioria vai dizer “busy”. Mesmo que não estejam. Muita gente nem tem férias, quando tem, são curtíssimas.

Eles simplesmente não estão nem aí para aprender uma outra língua, os outros é que aprendam o inglês.

Americano não gosta de andar, preferem correr ou dirigir, talvez porisso muitos lugares nem têm calçada.

Credo, você já viu a quantidade de americana que usa unha postiça?

Elas tentam tudo que é tipo de dieta, aí entram na loja do doughnut, compram uma caixa com uma dúzia e levam para o trabalho. Mas sejamos justos, elas dividem, assim não se sentem tão culpadas.

São obcecados por “combinar” , a cor do quarto, do carpete, da cortina do banheiro, mas não têm o menor senso de design, especialmente em roupas.

Gostam de falar, mas não de sentar com os amigos para um jantar, bater papo, saborear a comida e um bom vinho. Ufa, falei.”

Agora meus amigos, vou mangiare o carneiro que Roberto preparou, tomar um bom vinho e continuar a ascoltare o que Grazia tem a dizer.
Gracie Grazia, por partilhar suas histórias.

sábado, 9 de maio de 2009

Yasuko na América










Yasuko carrega o pequeno Kouta que está mamando em seu peito :

- Sabe uma coisa que me epantou logo que cheguei nos Estados Unidos? A cor da comida. Nunca tinha visto nada assim, rosa chocante, azulão. - dá uma risadinha e continua- o cocô do Keito- o outro filho- sai colorido.

O bebê Kouta pára de mamar e pega a maçã do prato da mãe.

- Hã, dababa...- diz enquanto tenta colocar a fruta inteira na boca miúda.
- Que língua será que ele vai falar?
- Acho que inglês. Os irmãos só falam com ele em inglês. - Yasuko dá um gole no chá e continua- Meu marido não quer mais voltar pro Japão.
- E você?
- Se eu conseguir tirar minha licença para trabalhar como médica aqui, tudo bem, embora seja difícil começar tudo de novo. A Maki e o Keito gostam mais daqui também. Sabe, Tókio é muito competitivo. As crianças começam a ser alfabetizadas aos três anos. Os professores lá são muito bravos. E tem mais, é muito caro para morar, paga-se uma fortuna para morar mal.

O menino escuta tudo com a maça na mão até que consegue dar umas mordiscadas.

- Mas acostumar com a comida aqui não é mole. No Japão tá cheio de McDonald's também, mas tem nutricionista nas escolas que planejam as refeições. Tem sempre vegetal, carne e arroz. Aqui é pizza, hamburger e batata frita.

De repente o pequeno arregalou os olhos, abriu a boca, tentou tossir, e o rosto completamente vermelho. Tinha um pedaço da casca da maça entalada na sua garganta. Yasuko lidava de maneira oriental com a morte iminente do próprio filho enquanto eu me continha para não berrar, dar tapas fortes nas costas de Kouta e ligar para o 911.

- É, nada como uma maçãzinha bem natural- brinquei assim que Kouta voltou a rir.
- Melhor eu mesma comer logo esta maça- disse Yasuko.

Enquanto comia, continuou:

-No Japão se você diz que vai ligar e não liga, é algo imperdoável. Aqui a gente diz ' te ligo na quarta' , só uma semana depois o telefone toca. Eu prefiro assim, mais relax. Credo, somos um povo muito contido. Pra você ter uma idéia, missa no Japão é tudo baixinho. Já os coreanos gritam ' DEUS' e choram, choram muito durante toda a cerimônia.

O bebê estava entretido espiando um esquilo que olhava da janela.

-Nossa, tá tarde, preciso ir.
-Pro Japão?
-Não, buscar a Maki.

Mais uma família que veio para passar só um tempo na América, mas certamente, ficará uma vida.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Coleção

Ao longo destes dois anos perdida na América, descobri algumas preciosidades que estão pregadas na geladeira da nossa casa. Quer espiar ?










sexta-feira, 1 de maio de 2009

Gripe Suína


Descobriram o responsável pela gripe suína. Acabei de receber esta foto de amigos.

A tal gripe está se aproximando de casa. Há novos 6 casos em Maryland, sendo que um deles numa escola bem perto daqui. Na minha caixa de e-mail tem umas 30 mensagens das escolas das crianças e de pais apavorados.

Tenho que parar por aqui, pois , atchim, sorry, ronc-ronc.
-Saúde
-Não, suína.