quinta-feira, 18 de junho de 2009

Tchuchuco via México


"- Menina, uma loucuuura." - disse Valdirene enquanto aspirava nossa casa- "Eu tava aqui já há 2 anos. E meu Thuchuco lá na lonjura do Brasil. Faz só idéia da saudade. "

Desligou a máquina, e ali de pé, continuou a me contar sua história na América. Valdirene não queria ficar nesta terra pra sempre. "-Deus é grande."
Juntou dinheiro, mandou pra ele comprar uma vã e trabalhar com turistas na Bahia que logo ela iria ao seu econtro na terrinha. Mas o négócio com a vã não era lá lucrativo, a saudade era forte.
Decidiram então que o Tchuchuco viria encontrá-la. Negaram 3 vezes o visto para o Tchuchuco, ô Deus! Foi aí que descobriram um povo na Bahia habituado a trazer a turma via México.

"- Juntei 50.000,00 mil e mandei pra ele vir com meu irmão.- Valdirene se apoiou no aspirador e continuou- "Virgem, diz que o avião entrou bem no meio de uma nuvem que o Tchuchuco se agarrou na poltrona, e até rasgou, tanto medo do avião. "

No México levaram a turma da Bahia pra um baita hotel, piscina e tudo, vida de turista rico. Pensaram que a vida boa era pra sempre. Mas logo a mordomia sumiu. De lá viajaram horas num ônibus e foram largados à noite, perto de um rio.

"- O homem disse pra eles, agora vocês vão nadando. E meu Tcuchuco lá sabe nadar menina? "

O fato é que o Tchuchuco pode até ter medo, mas é macho apaixonado. Atravessou o rio, engoliu um bocado de água, e com ajuda dos amigos e bóia, atingiu o outro lado. Assim que colocaram os pés na América foram pêgos e presos.

"- Mas naquela época- explicou Valdirene- tinha uma lei que se você se entregasse ganhava uma carta com permissão pra ficar de 1 até 3 meses sem problema. "

Nesta época Valdirene começava o batente às 4 da matina e só parava tarde da noite, fazendo até 5 casas num dia. Naquela manhã levou uma amiga, Maria, recém chegada pra dar uma mão. Foi aí que recebeu um telefonema avisando que o Tchuthuco tinha chegado. Gente, a moça largou a tal amiga limpando a casa sózinha, sem saber falar uma palavra em inglês. A tal Maria teve que esperar pra ser resgatada. Mas o motivo era nobre. Valdirene dirigiu com o pensamento fixo até encontrar o homem que ela não via há tanto tempo. Como eles mataram a saudade, Valdirene não dividiu detalhes, mas é safadeza que a gente imagina das boas.

9 comentários:

Maria disse...

Que história bárbara. E o tchuchuco ainda está por aí ilegalmente?
bj
Maria

Tati disse...

Que delicia de história! E o tchutchuco ficou ou não? Já estou começando a pensar qu vou sentir falta dessas histórias quando vc voltar a ser perdida na américa do sul....

Paulo disse...

Enfrentou ar e água pra encontrar a amada. Dá-lhe Tchuchuco!
Paulo

Anônimo disse...

o meu é incapaz de matar uma barata em prova de amor e o tchuchuco cruzando fronteiras. isto é que amor.

dyanna disse...

I like your blog.I'm waiting for your new posts.

Adriana Abujamra disse...

Maria, o Tchutuco não só está por aqui ainda, como ele e Val já têm um filhote de 1 ano. Americano o moleque.

Oi Tati!!!
Tmb vou sentir falta de ouvir seus comentários. Em agosto vamos passar 2 semanas em sampa, preparar o terreno pra volta....

Paulo, é isso aí, dá-lhe Tchuchuco.

Dyanna,
Welcome!

bj
Adriana

Anônimo disse...

por esta e outras que adoro seu blog,VC ë genial.
bjs
wx

Adriana Abujamra disse...

WX, o que seria do blog sem seus comentários?
bj grande
dri

cristiane disse...

Que história bonita. Diga a Valdirene que ela é uma moça de sorte.

Cristiane