sábado, 3 de novembro de 2007

E quem olha as crianças?


Quando o frio começa é difícil não sucumbir ao apelo do lar, cobertor e vinho. Mas se desistirmos de sair à noite em outubro, imagina em fevereiro? Além do frio, quem tem filhos e quer passear precisa desafiar o bolso e pagar uma baby-sitter com o taxímetro rodando alto.
Tivemos diferentes baby- sitters por aqui.
A primeira foi Cristina, uma estudante do Equador. Quando voltamos do passeio, as crianças dormiam e a baby-siter estava exausta de tanto dançar:
-A Laurinha me deu aula de samba- explicou Cristina- mas me disse que alguns passos eram difíceis de lembrar porque vocês estão longe do Brasil. Nossa, ela dança bem, né?
Enquanto eu ouvia a baby-siter, pensei: Desde quando a Laura dança, ainda mais samba?????
Às vezes vem a brasileira olhar as meninas para mim. Com essa a Laura nunca ousou dar aulas de samba. Teve um domingo que precisávamos de baby-sitter, mas é justamente o dia em que a brasileira frequenta a igreja. A moça foi gentil e até sugeriu levar as meninas com ela no "culto". Achei que não seria uma boa idéia, sabe por quê? Uma vez a Júlia foi na missa com a bisavó, numa pequena cidade do interior do Paraná. A pequena voltou dizendo que o teatro estava ótimo! Para confirmar, minha avó acrescentou que a Júlia gostou tanto que aplaudiu no final. Só ela, evidente. Achei melhor poupar a brasileira de pagar mico na igreja e acabei procurando outra baby-sitter.
Resolvi seguir o conselho do povo daqui: chamar alguma estudante que more bem perto e queira ganhar uma grana. Encontrei a adolescente que mora duas casas da nossa. Ela adorou a proposta, mas quase sempre tem festa nos mesmos dias em que precisamos dela.
Mas há alternativas à baby-sitter. Uma delas é mudar para cá trazendo alguém do Brasil. Outra é revezar com casais que têm filhos da mesma idade. Ou então, deixar as crianças se cuidarem por conta própria. Temos uma amiga que paga para o filho de 13 anos olhar o de 3 . A lei aqui permite que crianças a partir de 12 anos fiquem só e responsáveis pelos menores. E finalmente, claro, tem aqueles amigos queridos, brasileiros, veja bem, que vão passear com suas crias enquanto você corre pra um cinema.
É importante resistir a tentação de hibernar, achar alguém para olhar suas filhas, vestir um monte de casacos e desistir, ops, e se divertir!
Outra noite fomos assistir um amigo tocar em um Cabaré muito louco. O lugar tem um museu de esquisitices, circo de pulga, fotos da engolidora de espadas e bichos dentro de vidros. Dá de 10 no circo du Soleil!!!
Baby-sitter a gente encontra em qualquer lugar do mundo. Mas para falar a verdade, nada como ter por perto a delícia da casa e dos mimos da avó. Esta sim dá de 1.000 em qualquer baby-sitter que a gente encontre por aqui.

9 comentários:

teresa disse...

Será que a Laurinha pode me ensinar dançar samba? Adorei!!!
abraço
Teresa

Anônimo disse...

Adriana,
Quer dizer que a lei america permite criança de 12 anos ficar sozinha? Não é muito cedo pra isto?
abraço
cidadão indignado

André disse...

Se rolar aulas de samba com a Laura, tô dentro. E achei muito boa a definição que sua filha Júlia deu para a missa- realmente parece teatro.
André

Marcia disse...

Adriana,
no friozinho de São Paulo eu já tendo a encurujar e prefiro ficar em casa. Imagino no frio americano e ainda mais tendo que achar baby-sitter!
Você deve ser muito animada.
abraço
Márcia

Anônimo disse...

quero aprender samba com a Laura também!!!!Sou tão desajeitada que minha mãe dizia que nasci com dois pés esquerdos.
bj
Renata

Adriana Abujamra disse...

Que tal: em troca das aulas de samba com a Laura vocês fazem baby-sitter para as meninas?
abraço
Adriana

Anônimo disse...

Eu topo fazer baby-sitter em troca das aulas de samba.
Carolina

Joâo disse...

Além das aulas de samba, será que a Júlia podia contar pra gente como foi o teatro da Igreja? Lembro que a parte que eu gostava na missa era quando todo mundo se cumprimentava. A gente apertava a m;ao de quem estivesse perto, conhecendo ou não a pessoa.
grande abraço
João

Anônimo disse...

Adorei