- O povo aqui é doidinho por cachorros - dizia a brasileira que limpa nossa casa uma vez por semana - Sabe o que eu vi outro dia? Um cachorro passeando dentro de um carrinho de nenê.
Limpou mais uma vez a janela e continuou:
- Êta mundo esquisito.
Mas sejamos justos, pensei, este tipo de veneração com os cães não é um traço de personalidade apenas dos americanos.
No dia seguinte, estava eu andando, quando vi uma mãe passeando com o filho na coleira. A coleira não prendia no pescoço do moleque, ficava nas costas, como uma mochila com carinha de bicho de pelúcia. Dava até uma certa liberdade para o garoto, que curioso de mundo nos seus prováveis dois anos, tentava correr e pegar tudo. A mãe conversava com uma amiga. A amiga carregava um cão branco e penteado, tão penteado que seus pelos estavam mais em ordem que meus cabelos. A conversa das mulheres parecia boa, pois a mãe da criança nem olhava para o filho, apenas puxava a coleira de vez em quando para brecar seu pirralho de estimação.
Voltando aos cães: Um casal de amigos resolveu comprar um cachorro. Assim que começaram a conviver os dois perceberam que três era de mais: O cão estragava as roupas, latia muito e era carente. Chamaram, então, um profissional para ajudar a educar o cachorro. Depois de meses de trabalho, e zero de mudança, o casal decidiu:
- Ao inferno com este bicho. Não o queremos mais.
O treinador contratado por eles acabou ficando com o cão, de pura pena.
Hoje o casal de amigos tem um filho. Embora o pequeno também dê trabalho, como todas as crianças do mundo- eles não querem devolvê-lo.
Mas tem gente que devolve filho. Há uns cinco anos atrás, um adolescente aqui nos EUA foi pego com drogas. O moleque era brasileiro, adotado por uma família americana desde criança. A lei local diz que se fez coisa errada, que seja devolvido para seu país de origem. Sem falar português e sem conhecer ninguém por lá, o moleque foi deportado para o Brasil.
Imagine se a moda pega: Seu filho fez chilique hoje? Devolve. Bateu no irmão? Devolve.
Falar em devolver, preciso parar agora de escrever. O pessoal do correio está na porta. Vou despachar minhas filhas para o Brasil e colocar uns cães no lugar...
Limpou mais uma vez a janela e continuou:
- Êta mundo esquisito.
Mas sejamos justos, pensei, este tipo de veneração com os cães não é um traço de personalidade apenas dos americanos.
No dia seguinte, estava eu andando, quando vi uma mãe passeando com o filho na coleira. A coleira não prendia no pescoço do moleque, ficava nas costas, como uma mochila com carinha de bicho de pelúcia. Dava até uma certa liberdade para o garoto, que curioso de mundo nos seus prováveis dois anos, tentava correr e pegar tudo. A mãe conversava com uma amiga. A amiga carregava um cão branco e penteado, tão penteado que seus pelos estavam mais em ordem que meus cabelos. A conversa das mulheres parecia boa, pois a mãe da criança nem olhava para o filho, apenas puxava a coleira de vez em quando para brecar seu pirralho de estimação.
Voltando aos cães: Um casal de amigos resolveu comprar um cachorro. Assim que começaram a conviver os dois perceberam que três era de mais: O cão estragava as roupas, latia muito e era carente. Chamaram, então, um profissional para ajudar a educar o cachorro. Depois de meses de trabalho, e zero de mudança, o casal decidiu:
- Ao inferno com este bicho. Não o queremos mais.
O treinador contratado por eles acabou ficando com o cão, de pura pena.
Hoje o casal de amigos tem um filho. Embora o pequeno também dê trabalho, como todas as crianças do mundo- eles não querem devolvê-lo.
Mas tem gente que devolve filho. Há uns cinco anos atrás, um adolescente aqui nos EUA foi pego com drogas. O moleque era brasileiro, adotado por uma família americana desde criança. A lei local diz que se fez coisa errada, que seja devolvido para seu país de origem. Sem falar português e sem conhecer ninguém por lá, o moleque foi deportado para o Brasil.
Imagine se a moda pega: Seu filho fez chilique hoje? Devolve. Bateu no irmão? Devolve.
Falar em devolver, preciso parar agora de escrever. O pessoal do correio está na porta. Vou despachar minhas filhas para o Brasil e colocar uns cães no lugar...
11 comentários:
Adriana,
tenho um filho que acabou de aprender a andar. Uma coleirinha talvez não fosse o melhor para ele, mas confesso que a idéia é tentadora. iria me ajudar bastante....
O americano adotado foi pêgo com droga, deporta para o país de origem. Isto sim é mundo cão!
abraço
João
Encheu devolve? Tô pensando em deportar meu marido para seu país de origem- a casa da mãe dele.
abraço
Ana
Fiquei indignado com a história do americano devolvido. Que eu saiba, quando vc adota uma criança o filho passa a ser seu. Imagine se a moda pega!!!!!
Parabéns pelo blog
Teo
Adriana
Pai e mãe biológicos enfrentam dificuldades para criarem os filhos assim como os pais adotivos. Imagine se todo adolescente for devolvido ao primeiro deslize? Não sobrava um.
Antonio
adorei a idéia que a Ana deu de deportar marido!!!!
Parabéns pelo blog
Mariana
Dri
Também fiquei indignada com a história do filho devolvido.
Provavelmente os pais biológicos devem ser "sem eira nem beira" e nessa altura do campeonato, o rapaz deve estar na Crackolândia tentando apreder o português.
Beijos
Negrelli
O final da história do garoto brasileiro é triste. Após ter sido deportado, ele teve que se virar na nossa terrinha. Casou, teve filho e acabou assassinado.Parece enredo de cinema, mas infelizmente isto não é ficção.
abraços
Adriana
Adriana
gosto muito das suas histórias. Tenho um cachorro que estou prestes a devolver para os meus filhos que me presentearam para me fazer companhia no lugar deles.Você não acha que eu tenho razão? Será que eu não mereço mais que um cachorro?
Caro anônimo,
Você tem toda a razão, devolve o cão para os cachorros dos seus filhos e manda eles latirem em outra freguesia. Que filhos ingratos!
gato escaldado
Complexo tudo isso...
Marcelinho e eu nem pensamos em filhos por enquanto.
Quanto aos bichinhos, eu sou suspeita... sou completamente maluca pelos meus 3 gatos.
E por falar nisso, a Lela e a Mel estão latindo um monte aqui...
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