Há muitas diferenças entre o Brasil e os Estados Unidos. Mas tem uma coisa que é absolutamente igual nos dois países.
Outro dia chegou uma carta de alerta da escola:
"Detectados casos de piolhos. Examinem a cabeça de seus filhos."
Piolho é igual em qualquer parte do mundo. Não faz distinção de raça, religião ou classe social. É um bicho politicamente correto. Mas tem que morrer mesmo assim.
Há tempos o remédio mais potente para matar piolhos era o Neucides, um veneno branco, feito o que usavam para exterminar baratas. Espalhava-se a coisa sobre o cabelo e em seguida amarrava-se um lenço ridículo para cobrir a cabeça. As crianças aguardavam enquanto os piolhos agonizavam ali embaixo do lenço. Era difícil aguentar. Os piolhos corriam na esperança de fugir, o que provocava uma coceira violenta. Depois, o cabelo das crianças era cortado bem curto. Para fingir que a razão do corte era mais nobre, a desculpa mais comum para os amigos era:
"Cortei para fortalecer meu cabelo."
Os piolhos vêm resistindo ao longo dos anos, mas felizmente os remédios têm evoluído bastante.
Os medicamentos mais modernos usam táticas parecidas com a do Bush na guerra do Iraque. A principal diferença é que eles funcionam e foram criados por um bom motivo.
Primeiro eles atacam os piolhos. Depois tem um frasco para acabar com as lêndeas, os ovinhos com os piolhos que ainda estão por nascer. O último canhão é um spray que espalha veneno pela casa toda.
Embora os piolhos sejam idênticos, cada país chama o bicho com nomes diferentes. Aqui o dito cujo é conhecido como "lice".
Aprendi o o nome do bicho logo no início da nossa experiência aqui. Eu estava esperando o ônibus escolar com as minhas filhas quando apareceu outra criança com a avó. A mulher perguntou se as meninas sentiam falta da família e dos amigos. Contei que minhas filhas tinham muita saudade dos cafunés da avó. Como eu não sabia dizer "cafuné" em inglês, mostrei o que era. A mulher entendeu tudo errado e se afastou com nojo da gente:
"Lices!"
Foi aí que o ônibus chegou. A mulher segurou a mão da neta e correu, antes que algum piolho voasse para a cabeça delas.
Outro dia chegou uma carta de alerta da escola:
"Detectados casos de piolhos. Examinem a cabeça de seus filhos."
Piolho é igual em qualquer parte do mundo. Não faz distinção de raça, religião ou classe social. É um bicho politicamente correto. Mas tem que morrer mesmo assim.
Há tempos o remédio mais potente para matar piolhos era o Neucides, um veneno branco, feito o que usavam para exterminar baratas. Espalhava-se a coisa sobre o cabelo e em seguida amarrava-se um lenço ridículo para cobrir a cabeça. As crianças aguardavam enquanto os piolhos agonizavam ali embaixo do lenço. Era difícil aguentar. Os piolhos corriam na esperança de fugir, o que provocava uma coceira violenta. Depois, o cabelo das crianças era cortado bem curto. Para fingir que a razão do corte era mais nobre, a desculpa mais comum para os amigos era:
"Cortei para fortalecer meu cabelo."
Os piolhos vêm resistindo ao longo dos anos, mas felizmente os remédios têm evoluído bastante.
Os medicamentos mais modernos usam táticas parecidas com a do Bush na guerra do Iraque. A principal diferença é que eles funcionam e foram criados por um bom motivo.
Primeiro eles atacam os piolhos. Depois tem um frasco para acabar com as lêndeas, os ovinhos com os piolhos que ainda estão por nascer. O último canhão é um spray que espalha veneno pela casa toda.
Embora os piolhos sejam idênticos, cada país chama o bicho com nomes diferentes. Aqui o dito cujo é conhecido como "lice".
Aprendi o o nome do bicho logo no início da nossa experiência aqui. Eu estava esperando o ônibus escolar com as minhas filhas quando apareceu outra criança com a avó. A mulher perguntou se as meninas sentiam falta da família e dos amigos. Contei que minhas filhas tinham muita saudade dos cafunés da avó. Como eu não sabia dizer "cafuné" em inglês, mostrei o que era. A mulher entendeu tudo errado e se afastou com nojo da gente:
"Lices!"
Foi aí que o ônibus chegou. A mulher segurou a mão da neta e correu, antes que algum piolho voasse para a cabeça delas.